O inverno chegou em junho e ficará até dia 22 de setembro, e com ele as baixas temperaturas e o tempo seco. Esses fatores podem trazer transtornos para a saúde das crianças, principalmente para os bebês, pois eles ainda têm uma imunidade muito baixa.
Nesse momento, os cuidados devem ser redobrados, sendo o acompanhamento com o pediatra fundamental para um diagnóstico preciso.
No entanto, estar atenta aos sintomas é essencial para ajudar o médico a chegar ao parecer definitivo.
Para ajudar você, separamos 3 doenças de inverno que mais afetam os bebês, e para isso conversamos com a pediatra Raquel Obolari Gonçalves, que nos deu dicas precisosas dos sintomas e tratamentos. Acompanhe!
1. Bronquiolite
A pediatra explica que essa é uma doença causada por infecção viral, que acomete os bronquíolos.
Sintomas
Geralmente o quadro se inicia como:
- resfriado;
- obstrução nasal;
- coriza clara;
- tosse;
- febre;
- recusa das mamadas e;
- irritabilidade de intensidade variável.
“Em um ou dois dias o quadro evolui para tosse mais intensa, dificuldade para respirar, respiração rápida e sibilância (chiado no peito). Por vezes, podem haver sinais e sintomas mais graves, como sonolência, gemência, cianose (arroxeamento dos lábios e extremidades) e pausas respiratórias, sendo preciso a internação”, explica a pediatra.
Tratamento
Ainda de acordo com a médica, não existe nenhum tratamento específico para bronquiolite.
“Na maioria dos casos, a evolução do quadro é benigna, sem necessidade de nenhum tratamento medicamentoso, evoluindo para cura”, orienta Raquel Obolari Gonçalves.
Ainda de acordo com a médica, nos casos em que há necessidade de algum tipo de intervenção, a maioria pode ser feita em casa, com acompanhamento da febre, observação do padrão respiratório e cuidados para manter o estado do bebê em termos de hidratação e nutrição em níveis adequados.
Prevenção
É recomendável evitar o contato com crianças e adultos resfriados, lavar as mãos e higienizá-las com álcool 70%, principalmente antes de tocar os bebês.
“Evitar lugares com grande aglomeração de pessoas, promover a amamentação e evitar o tabagismo passivo, também são medidas essenciais para evitar a bronquiolite”, salienta.
A médica reforça que é sempre recomendado buscar o acompanhamento do pediatra para monitorar o crescimento, a introdução adequada da alimentação e o cumprimento do calendário de vacinação da criança.
2. Asma
Asma é uma doença comum causada por inflamação das vias aéreas. Geralmente o quadro se inicia com:
- tosse;
- falta de ar ou dificuldade para respirar;
- sensação de aperto no peito ou peito pesado e chiado.
“Esses sintomas variam durante o dia, podendo piorar à noite ou de madrugada. Os sintomas também variam bastante ao longo do tempo, às vezes, desaparecendo sozinhos. Mas a asma continua lá, uma vez que não tem cura”, explica Raquel.
Ela ainda ressalta que a asma varia muito de pessoa para pessoa.
“Tem épocas em que pode ser muito leve e os sintomas desaparecerem. Já em outros momentos ela pode piorar muito, necessitando de atendimentos de emergência e até mesmo internação. As crises de asma também podem variar, umas sendo mais fortes do que as outras”, explica.
Diagnóstico
O diagnóstico de asma não é feito por radiografia do tórax e nem pelo exame físico do pulmão, embora muitas vezes seja possível escutar os chiados e visualizar falta de ar. A espirometria é o exame utilizado para o diagnóstico.
Tratamento
De acordo com a médica, o tratamento é individual e orientado pelo médico que acompanha o bebê.
“Antes de falar sobre tratamento, é importante lembrar que a asma é uma doença variável, por isso, o tratamento deve ser individualizado. Ou seja, o que serve para um paciente pode não ser o melhor tratamento para outro. Por isso, o tratamento da asma deve ser orientado pelo médico pediatra”, salienta.
Prevenção
A asma pode ser controlada e até mesmo prevenida com algumas medidas simples como:
- manter o ambiente limpo;
- evitar o acúmulo de sujeira ou poeira;
- expor o bebê ao sol. A vitamina D está relacionada a uma série de doenças do aparelho imunológico, como a asma;
- evitar cheiros fortes;
- não fumar perto das crianças;
- tomar a vacina da gripe;
- agasalhar bem o bebê, principalmente na época de frio;
- oferecer bastante líquido (água) para o bebê.
3. Pneumonias
Pneumonia é uma infecção pulmonar. Basicamente, são provocadas pela penetração de um agente infeccioso ou irritante (bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas) no espaço alveolar, onde ocorre a troca gasosa. De modo geral, a pneumonia não é contagiosa e nem transmissível.
De acordo com a pediatra, existem diversos tipos de pneumonia:
- pneumonia viral que é uma infecção que se instala nos pulmões causada por um vírus;
- pneumonia bacteriana, sendo a mais comum. Geralmente as bactérias estão presentes em nosso nariz, boca, garganta, pele e sistema digestivo, podendo causar a pneumonia quando há queda da nossa imunidade;
- pneumonites químicas;
- pneumonias causadas por fungos, entre outras.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco da pneumonia nos bebês são:
- exposição ao cigarro: provoca reação inflamatória que facilita a penetração de agentes infecciosos;
- ar-condicionado: deixa o ar muito seco, facilitando a infecção por vírus e bactérias;
- Resfriados mal cuidados;
- mudanças bruscas de temperatura.
Sintomas da pneumonia bacteriana
Crianças com pneumonia bacteriana podem apresentar sintomas, como:
- tosse;
- febre;
- respiração acelerada e ruidosa;
- perda de apetite e recusa alimentar.
De acordo com Raquel, muitas vezes, a criança pode apresentar os sintomas isoladamente, como apenas febre e tosse, ou dificuldade de respirar e aceleração da respiração.
Sintomas da pneumonia viral
Já a pneumonia viral normalmente surge após uma gripe comum, com sintomas como:
- dor de garganta;
- coriza;
- dor de ouvido;
- espirros;
- dores no corpo e dor de cabeça.
A criança com pneumonia viral pode apresentar sintomas de pneumonia bacteriana também. O quadro costuma durar poucos dias (entre 3 e 5) e se resolver sozinho, geralmente.
Tratamento
O tratamento da pneumonia requer o uso de antibióticos, e a melhora costuma ocorrer em três ou quatro dias.
Prevenção
Prevenção se dá através de:
- lavagens das mãos com frequência;
- tomar vacina contra gripe e pneumocócica (uma das principais bactérias que provocam pneumonia).
Raquel reforça que é muito importante o acompanhamento com o pediatra e, independente dos sintomas apresentados pela criança, o médico sempre deve ser consultado. Além disso, é importante evitar a automedicação e o uso indiscriminado de antibióticos e corticoides.
“Vale lembrar que corticoide não é xarope para tosse, e todo medicamento deve ser usado com orientação médica”, reforça a pediatra.
Como vimos ao longo deste post, as doenças de inverno podem ser evitadas e também minimizadas com os cuidados certos. Para tanto, é preciso contar com a ajuda do pediatra do seu bebê, que é o profissional habilitado para fazer o diagnóstico preciso.
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Colaborou:
Dra. Raquel Obolari Gonçalves
Médica pediatra e oncologista pediátrica