Como fotografa de recém-nascidos, recebo mamães no meu estúdio todos os dias. Muitas delas revelam ter dificuldades para amamentar seus bebês e tem muitas dúvidas sobre aleitamento materno (AM).
Na tentativa de confortá-las, sempre lembro, com bom humor, que amamentar é um ato de amor! Agora, para ajudar essas mães com dificuldades para amamentar, selecionei algumas dicas importantes do Ministério da Saúde que podem fazer a diferença.
Lembro que, qualquer alteração em relação ao aleitamento deve ser comunicada ao seu médico. Estas dicas servem apenas para esclarecer e deixar as mamães mais tranquilas e preparadas para enfrentar este desafio.
Meu bebê não suga! O que eu faço?
Mesmo bebês normais podem ter dificuldades para sugar logo depois de nascerem. Essa condição pode durar poucas horas ou dias. Nestes casos, você pode tentar amamentar com o seu corpo reclinado, de maneira que a criança possa ser colocada sobre o corpo da mãe, verticalmente, sem receber apoio (pressão) nas costas e na cabeça.
Outra dica que pode ajudar se tiver dificuldades para amamentar, enquanto o bebê estiver sugando vigorosamente, a mãe pode estimular as mamas. Faça a ordenha manual ou por bomba de extração de leite pelo menos cinco vezes ao dia.
O guia de Atenção à Saúde do Recém-Nascido do Ministério da Saúde, fonte das informações neste post, também ensina que alguns exercícios simples com o bebê, como a introdução do dedo mínimo na sua boca, com a ponta tocando na junção do palato duro com o palato mole, podem estimulá-lo a sugar. Procure uma unidade de saúde para aprender a fazer corretamente.
Meu leite está demorando a descer
As mamães com dificuldades para ter leite, podem ficar tranquilas. É normal que em algumas mulheres a “descida do leite” ou apojadura só ocorra alguns dias após o parto.
Mas, o que fazer quando isso acontece? De acordo com o Guia do Ministério da Saúde, a mãe deve estimular a mama deixando o bebê sugar ou fazendo a ordenha. Também é possível utilizar um sistema de nutrição suplementar, chamado de translactação.
Um copinho ou xícara contendo leite, de preferência leite humano pasteurizado, é colocado na altura das mamas da mamãe e conectado ao mamilo com uma sonda. Quando a criança suga, recebe este suplemento. Este sistema é interessante por que o bebê continua estimulando a mama e ainda pode aproveitar o colinho da mamãe, tão importante nessa fase.
Mamilos planos ou invertidos
Algumas mamães não tem o biquinho do seio saliente e isso pode dificultar a amamentação.
Primeiro, é preciso identificar se o mamilo realmente está invertido. Para isso, basta pressionar a auréola com os dedos polegar e indicador. Se o mamilo for invertido, ele se retrai; caso contrário, não é mamilo invertido.
Se você realmente tem o mamilo plano ou invertido, precisa ordenhar seu leite enquanto o bebê não sugar efetivamente. Com isso, você mantém a produção do leite e deixa as mamas mais macias, o que facilita a pega.
Testar posições diferentes e descobrir as mais confortáveis para mamãe e seu bebê também ajuda muito. Em último caso, se nada resolver, é possível usar um intermediário de silicone para dar de mama.
Dificuldades para amamentar: Mamilos machucados
Os mamilos podem apresentar traumas mamilares por vários motivos. Hematomas, manchinhas brancas, amarelas ou escuras, fissuras, inchaço entre outros incômodos podem acontecer devido a posição ou pega inadequadas, mamilos planos ou invertidos, disfunções orais na criança entre outras razões.
Neste caso, a recomendação é iniciar a mamada sempre pela mama menos afetada. Outra dica é ordenhar um pouco de leite antes de oferecer o peito à criança. Desta forma, você ativa o reflexo de ejeção do leite, fazendo com que o bebê não precise sugar tão forte. Você também pode aplicar o leite materno no local afetado. Com certeza vai ajudar.
Infecção por Candidíase (monilíase)
Coceira e vermelhidão, sensação de queimadura e dor como se fossem agulhadas nos mamilos pode indicar a presença de uma infecção por Candida (um tipo de fungo). Mas não se assuste: este tipo de infecção é muito comum e tem solução.
Você deve seguir rigorosamente as orientações médicas, que podem incluir tratamento simultâneo com o bebê, mesmo que ele não apresente sinais de candidíase.
Algumas atitudes simples também podem ajudara tratar ou evitar este tipo de infecção: enxaguar e secar os mamilos ao ar após as mamadas; Expor os mamilos à luz por alguns minutos todos os dias; eliminar o uso de chupetas e bicos de mamadeira (ou fervê-los por 20 minutos pelo menos uma vez ao dia).
Mastite
Este é um problema que pode acontecer mais frequentemente entre a segunda e terceira semanas após o parto. A Mastite é quando um ou mais segmentos da mama ficam inflamados e podem até progredir para uma infecção bacteriana.
A parte afetada da mama pode ficar dolorida, vermelha, inchada e quente. Se houver infecção, a mamãe pode sentir mal-estar, ter febre alta e calafrios. A produção de leite também pode ser afetada na mama comprometida. Pode ser que o leite diminua ou tenha alterações de sabor, ficando mais salgado. O bebê pode não gostar e rejeitar o leite.
É importante que a mamãe esteja atenta e inicie o tratamento o quanto antes para não acontecer complicações. Voltamos a lembrar que, a qualquer sinal de que algo não está bem, deve-se consultar o médico. Nos casos de mastite, o médico pode indicar o uso de antibióticos e o esvaziamento adequado da mama, de preferência por sucção do bebê.
Estas e outras informações estão todas no Guia de Atenção À Saúde do Recém-Nascido, publicado pelo Ministério da Saúde. Agora, vamos compartilhar? Você está com dificuldades para amamentar? Já venceu algum desses problemas? Conte sua história!
Se você conhece alguma mamãe que está passando por este momento, compartilhe!